A diferença de PGBL e VGBL explicada

Os planos de previdência são divididos em dois tipos: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). Eles diferem apenas na regra de imposto de renda. Esses planos são destinados a complementar a sua renda na aposentadoria ou investir a longo prazo.

Entendendo o PGBL

O conceito do PGBL é trocar a alíquota do imposto de renda de pessoa física (IRPF) na época que você está poupando por uma alíquota IRPF menor na hora de resgatar. A regra de bolso é: se você não contribui para previdência privada e já faz a declaração completa do imposto de renda, o PGBL é a melhor opção para você. Para entender melhor, vamos ver um exemplo.

Suponha que você ganhou R$ 10.000 por mês de salário em 2025. Nesse caso, considerando a tabela de IRPF e de contribuições obrigatórias do INSS de 2025, você pagaria R$ 8.874,80 de imposto no ano de 2025 ao optar pela declaração simplificada, excluindo o imposto de renda do 13° salário, do adicional 1/3 de férias e participação de lucros e resultados (PLR) se houve. Contudo, se você contribuir R$ 500 para um PGBL por mês — ou R$ 6.000 no ano —, o valor que a Receita Federal considera como sua renda mensal é reduzido: R$ 10.000 - R$ 500 = R$ 9.500. O valor do imposto de renda a ser pago na declaração completa reduz para R$ 8.312,18. Isso é uma redução de R$ 562,62 de imposto de renda. O desconto aumenta com outras deduções legais, como inclusão de dependentes, pensão alimentícia, despesas médicas e despesas de educação. A tabela abaixo facilita compreender melhor:

A Receita Federal oferece uma calculadora de imposto de renda que você pode usar para simular o desconto do PGBL. A contribuição do PGBL deve ser colocada no campo 2.4 Outras deduções que faz parte do bloco 2. Deduções. Recomendamos que você utilize essa calculadora como base, por ser fonte oficial. Se tiver dúvidas, consulte um contador.

No momento de resgatar o PGBL, o governo cobra imposto de renda sobre o valor total do resgate. Por exemplo, se você resgatar R$ 400 do PGBL e a taxa de imposto a pagar for 10%, o valor líquido resgatado será de R$ 360,00. O benefício do PGBL é o que se chama um diferimento de imposto: você deixa de pagar imposto hoje para pagar na aposentadoria. Você ainda pode escolher, no momento do resgate, a regra do imposto que será aplicado: a tabela progressiva ou a tabela regressiva. A tabela regressiva é baseada no tempo que o valor ficou investido, reduzindo a taxa do imposto com o tempo:

A vantagem do PGBL com tabela regressiva pode ser ilustrada com o seguinte exemplo: para um salário de R$ 6.000,00, se você contribuiu com R$ 500,00 por mês, esse valor deixa de pagar um imposto de renda de 27,5% e começa a pagar 25% ou menos se ele ficar investido pelo menos 4 anos na previdência. O maior ganho acontece deixando o recurso mais de dez anos, que troca a alíquota de 27,5% por 10%. É por isso que o plano de previdência se torna um investimento que, mesmo desconsiderando ganhos de rentabilidade, já é vantajoso para quem está guardando para prazos longos, como aposentadoria, educação dos filhos ou renda para beneficiários — aquelas pessoas que receberão o investimento quando o contribuinte falecer.

Além da tabela regressiva, você pode escolher outro modelo de alíquotas para o resgate: a tabela progressiva, que é a mesma do imposto de renda da pessoa física no ano que o resgate foi feito. Nessa opção, o valor do resgate passa a compor a renda tributável anual da pessoa física. Valem as regras de dedução do imposto de renda, inclusive a faixa de isenção de valores recebidos de previdência para maiores de 65 anos. As alíquotas nesse caso variam com o valor do resgate, e não com o tempo, e a menor alíquota é zero. Em 2025, a faixa isenta é para resgates que somados a renda chegam até R$ 3.036 por mês. A partir desse valor até 3.533,31, a alíquota é 7,5%. Portanto, se hoje alguém decide começar a resgatar mensalmente o PGBL com parcelas de até 3.500 e não possui outra fonte de renda tributável, é mais vantajoso optar pela tabela progressiva. Uma grande vantagem da previdência privada é que a escolha entre tabela progressiva (em relação ao valor do resgate) ou regressiva (em relação ao tempo investido) só precisa ser feita no momento que você for resgatar o PGBL. Logo, você poderá escolher a opção que resultar no menor imposto quando começar a resgatar sua previdência.

Entendendo o VGBL

Para quem não atingiu o limite do desconto da declaração simplificada do imposto de renda, ou já contribuiu 12% da renda anual em PGBL, o VGBL é a melhor opção. Na modalidade VGBL, o imposto de renda no resgate é cobrado apenas sobre os rendimentos. Por exemplo, se você aplicou R$ 400 em um VGBL e após dez anos o valor total do resgate for de R$ 900, o imposto de renda será cobrado apenas sobre a rentabilidade da aplicação, R$ 900 - 400 = 500. Isso contrasta com o PGBL para o qual a alíquota incide sobre o valor total do resgate. Porém, nos anos que você contribui para o VGBL, não é possível abater do imposto de renda pessoa física os valores contribuídos.

No momento do resgate, os rendimentos tributáveis do VGBL podem seguir a sua escolha de tabela regressiva ou progressiva. Recordando: a regressiva é esta e a progressiva é a mesma do imposto de renda da pessoa física no ano que o resgate foi feito.

Se você optar pela tabela regressiva, do ponto de vista de imposto de renda, o VGBL pode ser mais vantajoso que investir em um fundo de investimento fora da previdência, porque a alíquota do imposto de renda pode chegar a 10% e o fundo de investimento VGBL não paga come-cotas. Esse assunto do come-cotas nós falamos aqui. Por exemplo, se você considerar dois fundos de investimentos que seguem a mesma estratégia de investimento e possuem a mesma taxa, a versão VGBL deverá ter uma rentabilidade líquida maior a partir de 8 anos investido.

Como escolher entre PGBL e VGBL?

A regra mais simples é: se você já faz a declaração completa do imposto de renda, o PGBL é a melhor opção até 12% da sua renda, caso contrário, siga com o VGBL. Em maior detalhe, se você possui descontos legais, como dependentes e gastos médicos, o PGBL pode se tornar a melhor opção se o total de descontos legais mais o aporte do PGBL for maior que 20% da sua renda tributável, observando o limite de 12% do valor da renda que pode ser contribuído para o PGBL.

Onde e como contratar?

Você pode contratar um plano de previdência no aplicativo MIO.

Como obter abatimento de 12% do PGBL no imposto de renda?

Se você já tem um plano de previdência PGBL, basta realizar aportes no plano até o limite de 12% da sua renda anual. O MIO automaticamente informa a Receita Federal sobre os aportes, para que você receba o abatimento em forma de restituição do ajuste anual da declaração do imposto de renda pessoa física. Se você tem um plano de previdência empresarial com o MIO, o abatimento do PGBL ocorre ao receber o salário todo mês. Caso você não tenha um plano de previdência PGBL, para obter o abatimento, você pode seguir os passos abaixo:

1. Baixe o app MIO e crie uma conta.
2. Aperte o botão "Contratar um plano próprio" se você deseja um plano em seu nome, ou "Contratar um plano para dependente" se você deseja poupar para um dependente financeiro.
3. Siga as instruções do app para abrir seu plano.
4. Escolha o PGBL como tipo de plano.
5. Faça seus aportes esporádicos ou mensais, até o limite anual de 12% da sua renda.
6. O MIO automaticamente informa a Receita Federal sobre os aportes, para que você receba o abatimento no imposto de renda na restituição do imposto de renda.
7. Você pode informar manualmente os aportes do PGBL na sua declaração de imposto de renda, usando o informe de rendimentos do MIO que será enviado para você na época da declaração do imposto de renda. O informe também ficará disponível no app MIO.